» Matar para Viver «

Vanquish

Vanquish

Os jogos de acção pura e dura na terceira pessoa ao estilo arcade, não são tão abundantes quanto isso nos dias que correm. Normalmente os jogos deste género optam pelo avanço com a protecção entre coberturas e o apontar a matar a partir do momento em que existe um momento de calma. Vanquish opta um pouco mais pela acção veloz e contínua onde a ideia é eliminar tudo o que aparece enquanto evitamos morrer pelo caminho. Claro que continua a existir cobertura, mas a acção não passa obrigatoriamente por isso.

A história de Vanquish tem lugar num futuro não muito distante onde a população mundial atingiu um número demasiado elevado para ser sustentável. De forma a combater a escassez de recursos, os Estados Unidos criam uma base espacial com a finalidade de recolher energia solar e utiliza-la para abastecer o país. O que ninguém esperava é que a nova força Russa tomasse conta da estação e a utilizasse para destruir San Francisco. Com as baterias apontadas a New York como próximo alvo, é altura de agir e reaver o controlo da estação.

Nesta aventura tomam controlo de Sam, um soldado equipado com uma armadura altamente avançada da DARPA, que é recrutado para entrar no terreno e ajudar a reconquistar o O'Neill Cylinder, das mãos da Order of the Russian Star. Lado a lado com os membros da Bravo Company, chamados para a mesma missão, Sam vai ser constantemente ajudado pela sua colega da DARPA, Elena Ivanova de forma a levar a missão a bom porto.

Embora a história arranque com uma premissa interessante, Vanquish acaba por não ser exactamente uma história digna de nota. Embora Sam acabe por se revelar uma personagem mais interessante e complexa do que parece à primeira vista, tudo o resto parece demasiado artificial, sendo todas as outras personagens demasiado cliché ou até totalmente desinteressantes, com atitudes patrióticas exageradas ou atitudes de sacrifício mais que vistas. É engraçado ver algumas das atitudes mais humanas de Sam revelarem algum impacto, mas acaba por não ser suficiente.

Mas é na jogabilidade e acção que Vanquish consegue realmente ser explosivo e altamente divertido. A jogabilidade mistura a acção na terceira pessoa a fazer lembrar a velocidade de clássicos como Contra, mas em 3D e com gráficos da nova geração.
Sam anda sempre equipado com a tecnologia Blade, que suporta até 4 armas que podem variar entre metralhadoras, lâminas voadoras, snipers e até lança-rockets. 
As armas embora utilizem padrões actuais de disparo, são feitas como modelos futuristas das mesmas, havendo até espaço para algumas liberdades criativas.

A armadura de Sam, a ARS, como é conhecida, serve para desempenhar várias funções além da protecção básica.
Com ela podem abrandar o tempo usando o conhecido efeito de Bullet-Time, que pode ser activado em qualquer situação ou automaticamente numa fase crítica. À medida que dão uso ao escudo ou às várias habilidades vão gastando energia que precisam para manter a armadura a funcionar normalmente, mas após descarregada, é possível morrer muito mais facilmente.
Outra forma de usar a energia do ARS pode ser a aplicação da mesma ao uso de ataques físicos, extremamente úteis e poderosos, mas que descarregam de imediato o fato, por isso há que usar este ataque com algum cuidado e estratégia.
Em termos de movimentação, Vanquish influência-vos a agir depressa, para tal, o ARS vem equipado com vários propulsores que permitem que Sam se desloque a deslizar, muito mais depressa que o pelos cenários, chegando assim mais rapidamente às zonas com cobertura, ou então, passar pelas zonas mais movimentadas e assim chegar a pontos estratégicos. Tudo isto é bastante dinâmico e funciona muito bem, oferecendo sequências de tiroteios empolgantes e carregadas de estilo.
A juntar a isto, existe todo um exército de robôs da Order of the Russian Star, que funcionam como a vossa oposição e estes tanto podem variar entre máquinas do tamanho humano, como robôs do tamanho de prédios, apetrechados com lança misseis e lasers, tudo isto ao mesmo tempo. Estas sequências contra bosses gigantescos são normalmente bem realizadas e divertidas, apenas perdendo algum fulgor quando ficam muito tempo a realizar a mesma operação, simplesmente porque uma determinada peça ou parte do corpo é demasiado resistente.

Se há algo que Vanquish faz de forma bastante interessante é o seu método de evolução das armas que podem usar. Se conservarem o carregador de uma arma cheio até ao máximo, a próxima vez que apanharem munições para a mesma arma, esta acaba por evoluir um nível, podendo dar mais dano ou até ter direito a mais balas dentro do carregador. É de facto uma novidade muito bem vinda e que faz todo o sentido, pois, se é impossível apanhar as munições extra, ao menos estas ganham uma nova função.

Em relação à apresentação, Vanquish consegue ser um jogo bastante apelativo a nível visual, especialmente quando os cenários estão cheios de tiros e explosões, com robôs a aparecerem de todos os lados. A arquitectura do O'Neill Cylinder faz lembrar a espaços aquilo que foi visto no primeirao Halo, com vários edifícios desenhados à distância como se fizessem parte do céu. Mesmo assim, tudo isto parece um pouco desfocado tendo em conta que todos os cenários foram desenhados com cores a oscilar entre cinzentos e brancos.
No que toca às personagens, podem contar com modelos bem definidos embora estejam dentro da típica interpretação japonesa do que é uma figura ocidental.

Em relação ao som, vão encontrar aqui uma banda sonora repleta de música electrónica rápida que acaba por não ser nada de especial, acabando por ser até relativamente irritante em certos segmentos.
As vozes também não ajudam muito, não sendo trabalhos extremamente inspirados como em outros jogos que apostam mais na história, de qualquer forma, podem sempre escolher a versão original em japonês, que infelizmente, tal como a versão inglesa, não tem as vozes sincronizadas com os lábios durante as transmissões em vídeo e algumas cinemáticas.

Tal como já se tinha falado antes, a longevidade de Vanquish não é muito grande, tendo em conta que é um jogo a solo e não existe qualquer tipo de modo online competitivo ou cooperativo, a não ser o ranking, onde colocam as vossas pontuações e tempos online para ver quem é o mais hábil entre todos os jogadores. No que toca à história em si, não contem com uma aventura que exceda as 7 horas, durando menos da segunda vez que repetem devido à curva de aprendizagem já ter sido feita. Existem ainda alguns desafios para fazer após terem o jogo estar completo, mas não é algo que vos mantenha agarrados durante muito tempo, a não ser que sejam caçadores de troféus ou Achievements.
Outro problema de Vanquish é a forma como avança na história, cada vez que chegam a um checkpoint, muitas vezes a imagem faz um fade para preto e começam a fase seguinte numa área diferente, como se houvesse um buraco temporal entre uma zona e outra.
No que toca ao restante, a framerate raramente se engasga e os loadings não são muito longos.

Vanquish não é um jogo revolucionário nem um candidato a melhor jogo do ano, mas também não é isso que tenta fazer. Tudo o que Vanquish quer, é ser um grande jogo de acção na terceira pessoa, onde a velocidade e a jogabilidade caótica são tudo o que é necessário para criar diversão imediata nos níveis de dificuldade mais baixos, e um bom desafio nos níveis mais altos. Felizmente não estamos perante uma cópia de Gears of War nem de um Uncharted, jogos na terceira pessoa onde procurar cobertura é algo essencial antes de dar uso às armas, mas sim de um jogo que faz as coisas à sua maneira e assim consegue oferecer uma experiência diferente e única.

De qualquer forma, o Vanquish faz, faz bem e consegue ser altamente divertido, quer a espaços curtos, quer para aqueles que queiram um grande desafio à moda antiga. Se não ligam muito à história e aos modos multi-jogador online, então Vanquish é sem dúvida uma boa aposta que dura quanto tempo resolvem investir nele a aprender todas as manhas, ou a competir para ganhar os melhores resultados possíveis.
 

Pesquisar no site

© 2011 Todos os direitos reservados.