Alan wake
Alan Wake
"Os pesadelos existem fora da lógica, e não há diversão nenhuma nas explicações; elas são antitéticas à poesia do medo." É com esta frase de Stephen King que começa Alan Wake, e é com ela presente na memória que Alan Wake se joga.
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Alan Wake é um escritor nova-iorquino que, depois de uma mão cheia de obras de sucesso, não consegue fazer com que a escrita lhe flua para um próximo livro. Depois de dois anos neste bloqueio criativo, a sua mulher, Alice, resolve levá-lo numa viagem até Bright Falls, a pequena cidade tipicamente norte-americana cheia de boas pessoas e simpatia.
Como thriller psicológico que é, o jogo rapidamente se torna numa luta pela sobrevivência e na procura pela saída daquilo que mais parece ser um pesadelo, com Wake em busca da sua mulher, que desapareceu misteriosamente assim que se instalaram na casa do lago.
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Curiosamente, este sistema resulta bastante bem, passando uma sensação de satisfação agridoce, devida, em parte, à boa escolha da música aplicada no final de cada episódio. Se a Remedy soube aplicar boa música nestes momentos, certamente também soube fazer um bom trabalho sonoro durante todo o jogo. O ambiente negro é apoiado pela típica música perturbante, digna de um qualquer filme de Hitchcock. O som dos disparos transmite o impacto que se pedia, e toda a manifestação sonora da Dark Presence está bem trabalhada.
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Qual a explicação para estes fenómenos paranormais? Basta recordar a frase de Stephen King. A verdade é que, em Bright Falls, Alan começa a encontrar páginas soltas do seu novo livro, uma obra que não se recorda de ter escrito. O que é descrito nas páginas acontece nesta estranha realidade, oferecendo a hipótese, ao jogador, de saber o que vai acontecer num futuro próximo. Este conhecimento não nos facilita, contudo, a vida, oferecendo quase um medo duplo: o medo do acontecimento em si, e o medo criado por desconhecermos o momento em que irá acontecer aquilo que lemos.
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As armas só resultarão quando aliadas à lanterna, que será quase mais importante que o revólver ou que a espingarda, pois é esta que permite "extrair" a escuridão de todos os inimigos que se nos apresentam. Existem outras fontes de iluminação às quais o jogador quererá deitar a mão o mais depressa possível, como granadas de atordoamento (flashbangs) ou pistolas de sinalização (flare guns). Aqui, lutar o mal com a luz é uma expressão literal.
A jogabilidade é simples, mas resulta. Na mão esquerda, Alan levará a lanterna; na direita, transportará a arma. Os controlos são intuitivos, embora os movimentos da personagem estejam limitados a poucas acções. A câmara pode oferecer alguns problemas, especialmente porque nos obriga a rodá-la constantemente - nada a que não estejamos habituados ao fim de umas horas com o comando na mão.
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Pelo caminho iremos encontrar rádios ou televisões espalhadas, em casas ou torres de vigia, que, juntamente com as páginas do livro, nos ajudarão a perceber melhor a história. Das restantes personagens, é quase obrigatório referir Barry Wheeler, o agente de Wake, que é capaz de ser uma das mais carismáticas da aventura.
No fundo, Alan Wake é um bom jogo para quem gosta de mistérios e de uma fantasia negra. Não é uma obra prima, tecnologicamente falando, mas é um título adulto e uma experiência única dentro da Xbox 360. Sobre o final, e por respeito à Remedy, digamos apenas que nos provoca um arrepio na pele