Uncharted 2: Among Thievespode ser considerado o fruto de uma experiência arriscada da
Naughty Dog, com
Uncharted: Drake’s Fortune nos tempos iniciais da
PS3, que felizmente correu bem o suficiente para iniciar o desenvolvimento da sequela. Passados quase 3 anos,
Uncharted 2: Among Thievesprepara-se para tomar de assalto a quadra natalícia em força. Será que tem o que é preciso para ser melhor que
Uncharted: Drake’s Fortune e ainda ser o jogo deste Natal?
Uncharted 2: Among Thieves arranca alguns anos depois de
Uncharted: Drake’s Fortune e coloca
Nathan Drake em mais uma jornada para descobrir um novo artefacto, a pedra de Chintamani, e a terra sagrada de Shambala. Pelo caminho,
Drake vai encontrar novos aliados, inimigos e encontrar também algumas caras do jogo anterior.
A história de
Uncharted 2: Among Thieves não fica em nada aquém de um qualquer filme de
Hollywood e consegue manter o jogador preso até ao fim da aventura, misturando a história vivida pelas personagens com o desenrolar das descobertas de forma empolgante e realmente viciante. Mas embora a descoberta de civilizações seja algo entusiasmante, o destaque vai mesmo para as personagens desta nova aventura. Todas elas são carismáticas, com histórias por contar e com contas por saldar entre si. O regresso de
Sully e
Elaina, de
Uncharted: Drake's Fortune, ajuda a aumentar ainda mais o impacto da história, especialmente se jogaram o primeiro.
Para quem não jogou o primeiro,
Uncharted 2: Among Thieves pode parecer uma mistura entre os jogos de
Tomb Raider e as aventuras de
Indiana Jones. No entanto,
Uncharted 2: Among Thieves é algo mais que isso, pois enquanto presta homenagem a esses nomes, leva os jogadores numa aventura carregada de acção, plataformas, e acima de tudo divertida.
Sendo
Uncharted 2: Among Thieves um jogo de acção/exploração/plataformas, a jogabilidade tem lugar na terceira pessoa. As zonas de plataformas são normalmente lineares, onde
Drake usa a sua agilidade para trepar plataformas ou paredes, balançar-se por cordas, ou até pedir auxílio a outras personagens para empurrar objectos pesados e assim criar caminhos. Por vezes surgem puzzles que requerem explorar o cenário e resolver enigmas, normalmente ligados com figuras ou estátuas, mas outras vezes é o próprio ambiente que cria os seus puzzles, podendo estes alterar-se em tempo real, o que aumenta a imersão dentro deste universo.
A outra metade da jogabilidade gira em torno da acção, e esta tanto pode ser realizada em tiroteios numa determinada zona, ou em grandes perseguições em movimento. As armas são variadas, mas tal como no primeiro jogo só podemos carregar uma pistola e uma arma pesada (caçadeira, metralhadora, etc).
Drake
pode também despachar os inimigos dando uso ao combate corpo a corpo, onde agora é possível realizar mortes furtivas em grande estilo. Existem até zonas onde é necessário agir de forma furtiva e evitar ser visto.
Outra grande novidade são os cenários em movimento que agora marcam presença de forma impressionante, com destaque para a já conhecida sequência do comboio, onde é necessário percorrer os vagões enquanto lutamos contra os vários inimigos e evitamos os perigos do cenário. De notar que este cenário existe em extensão e não vi nenhuma zona repetida, quanto mais devagar avançarmos com
Drake mais variações da zona vão acabar por aparecer. Um trabalho colossal sem dúvida.
Usando a expressão “colossal”, esta é sem dúvida a que se aplica a
Uncharted 2: Among Thieves em termos de cenários. Além de extensos, estes têm um impacto enorme e uma extensão invejável, chegando a dar uma sensação de imponência que só podia ser melhor estando no mesmo local que as personagens. A isto alia-se o design inteligente dos cenários que coloca os elementos certos nos sítios certos, e todas as figuras, estátuas e arquitectura correspondem realmente à zona cultural onde a acção está a ter lugar.
Cliquem na imagem para ver os vídeos de
Uncharted 2: Among Thieves
Falar do design, obriga-nos a falar dos gráficos, e posso dizer que os gráficos de
Uncharted 2: Among Thieves é do melhor que se pode encontrar nas consolas da nova geração. Todos os elementos são de um desenho real impressionante e todos os cenários
estão carregados de pequenos pormenores, seja em zonas citadinas, selvas, templos, ou numa simples montanha nevada. Os efeitos de luz são um autêntico regalo, a água e a sua interacção com as roupas das personagens são altamente credíveis e quase todos os elementos parecem possuir textura e imperfeições que encontraríamos no mundo real.
É claro que as personagens não podiam ser esquecidas, e aqui
Uncharted 2: Among Thieves volta a oferecer os modelos mais realistas e humanos dos últimos tempos. As personagens mostram raiva, dor, alegria, e tudo isto é recriado com exactidão nos seus modelos, que acabam também por sofrer cortes e nódoas negras à medida que a história avança. É verdade que ainda falta muito para emular uma figura real com precisão, mas
Uncharted 2: Among Thieves é o que chega mais próximo disso até hoje.
Por muito bons que estejam os gráficos, nenhum jogo ou filme que se preze consegue viver sem uma boa banda sonora e trabalho vocal, e neste departamento
Uncharted 2: Among Thievesconsegue manter o mesmo padrão de qualidade que o primeiro e ainda assim oferecer mais e melhor. Um especial destaque vai para o excelente trabalho de voz em Português, o qual faz esquecer rapidamente a necessidade de querer jogar com as vozes originais. Um excelente trabalho que esperamos ver muito mais vezes no futuro.
Uncharted 2: Among Thieves tem muito para oferecer ao jogador, fazendo-o explorar várias localizações do mundo, onde há muito para ver e fazer. Os mais perfeccionistas ou coleccionadores de troféus vão querer desbloquear o troféu de Platina, e apesar do modo para um jogador demorar pouco mais de 7 horas, o jogo vai facilmente fazer-vos voltar para mais uma ou duas aventuras.
Mas se o modo para um jogador já é uma grande experiência sozinho, então o novo modo online de
Uncharted 2: Among Thieves vai deixar-vos abismados com o que podem fazer depois da aventura terminar. O Online é um vício sem igual e permite jogar tanto de forma cooperativa em cenários com objectivos, como em arenas de competição onde toda a excelente jogabilidade de Uncharted é aproveitada ao máximo. O modo online vai ser sem dúvida uma referência no Online da
PS3 e vai certamente acabar por vos roubar muitas horas de jogo.
É claro que
Uncharted 2: Among Thieves não é perfeito. Por vezes presenciámos alguns bugs ou problemas de colisão embaraçosos, no entanto estes nunca mancharam a experiência de jogo. A única queixa a fazer recai sobre a versão portuguesa, que embora seja muito boa, acaba por repetir o mesmo calão demasiadas vezes seguidas. Se fosse uma necessidade criar palavreado, ao menos podiam ter abrangido o leque até palavrões mais fracos ou fortes, o que acabava por ser bem mais real.
Quase de certeza que neste momento já devem ter visto a nota final e estão a perguntar-se se
Uncharted 2: Among Thieves é mesmo assim tão bom. Sim é mesmo muito bom. É provavelmente o melhor jogo desta geração no que toca a gráficos e jogabilidade, entre todos os outros
departamentos. Não é perfeito, mas vai certamente tornar-se um clássico e ser uma das referências mais importantes e admiradas desta geração.
Outra Opinião:
David Garrett
"Temos de admitir que
Uncharted 2: Among Thieves é um grande jogo. É um grande jogo agora, era um grande jogo mesmo antes de ser lançado, e continuará a ser um grande jogo no futuro. Tudo em
Uncharted 2: Among Thieves transpira o empenho que a Naughty Dog dedicou ao jogo: o som, os gráficos ou as personagens são um hino à qualidade. Mas se
Uncharted 2: Among Thieves merecia todo o hype que se gerou à sua volta até agora, então a resposta é não. É um jogo excelente que merece ser reconhecido como tal, mas nunca mais que um
Metal Gear Solid 4 ou um
BioShock."
Outra Opinião:
Bruno Sirgado
"Esqueçam tudo o que já viram na
PS3,
Uncharted 2: Among Thieves consegue ser "o" jogo e levar a
PS3 ao rubro. Com o seu nível de detalhe enorme, jogabilidade intuitiva e história envolvente,
Uncharted 2: Among Thieves é um sério candidato a jogo do ano. A
Naughty Dog esmerou-se com
Uncharted 2: Among Thieves tornando-o um jogo obrigatório para os possuídores de
PS3."